A amnésia global transitória é uma síndrome de causa desconhecida caracterizada por amnésia anterógrada, incapacidade de reter informações novas, e retrógrada, incapacidade de lembrar de fatos do passado.

  O quadro clínico típico é a alteração súbita da memória sem comprometimento da atenção ou outros déficits neurológicos. Acomete pacientes com idade entre 50 e 70 anos e a duração média do evento é de 6 horas, com melhora progressiva da memória.

  Alguns fatores desencadeantes conhecidos: esforço físico, ansiedade, estresse emocional, história pregressa de enxaqueca e manobra de valsalva.

  Critérios diagnósticos da amnésia global transitória:

  • Presença de amnésia anterógrada testemunhada por um observador externo, capaz de fornecer informações sobre o evento.
  • Déficit cognitivo limitado à amnésia.
  • Remissão dos sintomas em até 24h.
  • Sem perda de consciência ou da identidade pessoal.
  • Ausência de sinal neurológico focal durante o episódio e de déficit neurológico posterior.
  • Ausência de características epilépticas.
  • Sem antecedente de traumatismo crânio-encefálico recente e de epilepsia descontrolada.
  • Sintomas vegetativos leves (náusea, cefaleia) podem estar presentes durante a fase aguda.

  Os principais diagnósticos diferenciais são: crises epilépticas, ataque isquêmico transitório (AIT), acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo craniano, amnésia psicogênica, hipoglicemia, intoxicação exógena, encefalite herpética e delirium.

  O paciente deve passar por avaliação médica e, habitualmente, solicitam-se exames laboratoriais e de imagem do sistema nervoso central (TC ou RM de crânio). Em casos recorrentes é necessária a realização de eletroencefalograma (EEG).

  Após a fase aguda, os pacientes não apresentam sequelas, exceto por amnésia permanente para os eventos que ocorreram durante o ataque.