CEFALEIA EM SALVAS (CLUSTER HEADACHE)
A cefaleia em salvas é uma das formas mais intensas de cefaleia, acometendo preferencialmente o sexo masculino, com idade média de início entre 20 e 40 anos.
A crise é caracterizada por dor súbita e unilateral nas regiões orbital, supraorbital e temporal, por vezes com irradiação para a mandíbula inferior e a região cervical. A dor está associada ipsilateralmente a pelo menos um dos seguintes sinais autonômicos: hiperemia conjuntival, lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia, sudorese facial ou frontal, miose, ptose e edema palpebral.
A frequência dos ataques varia de 1 a 8/dia e a duração pode ser de 15 minutos a 3 horas. A dor tem um caráter agudo e ardente, por vezes latejante e geralmente penetrante, o que induz um estado de inquietude/agitação. As crises podem ser desencadeadas pelo consumo de álcool, histamina ou nitroglicerina (presente em alguns medicamentos).
A maioria dos pacientes apresentam a forma episódica, com períodos de remissão igual ou maior que 1 mês/ano.
O diagnóstico é clínico, baseado na descrição dos ataques de dor e no exame neurológico. Se necessário, o médico solicitará exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, para descartar outras causas de cefaleia.
Tratamento:
- Agudo:
- inalação de oxigênio em máscara facial a 7-10L/minuto, durante 10 minutos.
- sumatriptano logo no início da crise - 6mg, subcutâneo ou 10 a 20mg na forma de spray nasal.
- lidocaína 4 a 6% 1mL intranasal
- Profilático (utilizados diariamente durante os períodos de salvas):
- verapamil em doses fracionadas e variáveis de 120 a 1200mg
- carbonato de lítio em dose média fracionada de 600 a 900mg/ dia. O paciente deverá realizar o controle de litemia.
- corticosteroides, como a prednisolona ou prednisona, são úteis no tratamento da forma episódica por pouco tempo (1 a 3 semanas).
- valproato de sódio (ou divalproato) em doses de 250 a 2000mg/dia, em 2 a 3 tomadas.
- Cirúrgico: utilizados em pacientes refratários.