A hipertensão intracraniana idiopática (HII), ou pseudotumor cerebral, é uma síndrome caracterizada por elevação persistente da pressão intracraniana (PIC), com quadro clínico correspondente e sem outra causa aparente. Trata-se de um desequilíbrio entre a taxa de produção de LCR e sua absorção, no seio sagital superior, e acomete preferencialmente mulheres obesas em idade fértil.

O sintoma predominante é a cefaleia que, em geral, não é pulsátil e se exacerba ao deitar, no período noturno e no amanhecer, com tosse e ao agachar. Pode vir acompanhada de zumbidos, náuseas, parestesias, distúrbios visuais e alteração da consciência. Outro sintoma muito comum é a perda visual, inicialmente periférica, porém progressiva, se não tratada adequadamente. O exame neurológico é habitualmente normal, com exceção do papiledema.

Critérios para o diagnóstico:

  • sintomas relacionados à hipertensão intracraniana
  • aumento da pressão à coleta do líquido cefalorraquidiano (LCR)
  • LCR com composição normal
  • nenhuma evidência de hidrocefalia, massa, lesão estrutural na RM, angioRM ou TC de crânio
  • nenhuma outra causa de hipertensão intracraniana identificada

Apesar de não representar risco de morte, essa enfermidade causa danos muitas vezes irreversíveis no campo visual.

O tratamento consiste em administração de acetazolamida (Diamox), redução do peso corporal, corticosteróides e punção lombar de repetição. Quando não há resposta adequada, a derivação lomboperitoneal está indicada, sobretudo quando há progressão da perda visual. Outra opção de tratamento cirúrgico é a fenestração da bainha de revestimento do nervo óptico.