A neuralgia do trigêmio manifesta-se como uma dor unilateral, semelhante a um choque elétrico, tipicamente envolvendo os ramos maxilar e mandibular do nervo trigêmio, de rápida duração (segundos a poucos minutos). A prevalência aumenta gradualmente com a idade, sendo rara antes dos 40 anos. 85% dos casos são causados pela compressão deste nervo próximo à sua saída do tronco encefálico por uma artéria ou veia aberrante.

  Geralmente, a dor é desencadeada por estímulos, chamados estímulos-gatilhos, como lavar o rosto e escovar os dentes, e também pode ocorrer espontaneamente. Além disso, a dor pode provocar espasmos dos músculos da face do lado afetado.

  Critérios para o diagnóstico:

  • A - crises paroxísticas de dor que duram de uma fração de segundo a dois minutos, afetando uma ou mais divisões do nervo trigêmeo e preenchendo os critérios de B e C
  • B - a dor tem pelo menos uma das seguintes características:

                  1. intensa, aguda, superficial ou em pontada

                  2. desencadeada por fatores ou áreas de gatilho

  • C - Crises estereotipadas para cada paciente
  • D - Sem evidência clínica de déficit neurológico
  • E - Não atribuída a outro distúrbio

  O diagnóstico é clínico, baseado na descrição dos ataques de dor e no exame neurológico. Se necessário, o médico solicitará exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada.

  O principal medicamento para o tratamento da neuralgia do trigêmio é a carbamazepina. Outras opções também podem ser utilizadas, como a oxcarbazepina, o baclofeno, a gabapentina, a fenitoína, o clonazepam, o valproato e o divalproato. A associação de lamotrigina aumenta a eficáciia do tratamento.

  Para casos refratários pode-se optar pelo procedimento cirúrgico.